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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Sendo efêmera, porque é a única coisa que não possui dualidade, apenas renovação:

Perdi a conta de quantas vezes eu já morri hoje, nem vale a pena fazer um funeral para cada morte. Perdi a conta de quantos dias da semana já foram fim do mundo. E ainda iremos morrer muitas vezes nos dias, nas semanas e até nos anos. Ta aí, um grande problema de ser uma mortal. Uma mortal um tanto sentimental. Uma mortal um pouco racional. Uma mortal, apenas, mortal.



quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Nem se meu nome fosse Lúcia, nasceria tão lúcida

Tentei fazer listas para organizar a minha vida, mas não gosto de listas. Pensei em comprar uma agenda, até um caderno sem pauta ajudaria, para poder organizar os dias e rodapés alheios. Clamei poemas e cantei canções até perder o fôlego, para aprender as melhores rimas e metáforas que usaria na necessidade. Escrevi onde havia espaço, onde não cabia mais, onde as informações se embaralhavam e tornavam-se uma ideia louca qualquer, mas era pelo menos uma ideia. A insanidade subiu-me a cabeça há tempos, agora tem estado tal como palavras-cruzadas e quebra-cabeças: tudo só toma forma com o próximo encaixe.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Meu querido confessionário

E como se tu fosses meu diário, confesso-me: Sei o quanto eles gostam dos segredos via lábios molhados ou ressecados, sei que gostam das declarações de amor e de paz e o não a guerra, mais internas do que externas.  Dizer; Falar; Nunca me foi nada perto das palavras escritas. Não, não estou dando os motivos ou satisfações para falar menos que a boca, ainda não, mas posso te dar-lhes: gosto do impacto que causa nas pessoas o falar de quem pouco fala, a importância que dão para cada palavra dita, o soar delas e o silêncio dos ouvintes educados e emprestadores de sua atenção. Poderia comentar também o como acredito que essa característica seja algo que não é estranho, mas sim, bem familiar. Entregaria uma folha em branco aos meus pais, aos meus avós e aos meus tios, e não seria surpresa alguma que surgiria dali grandes confissões fantasiadas de metáforas. Provas documentais dizem que minha mãe já escrevia suas palavras tão universais quanto pessoais, as quais não cabiam em seu corpo humano, mas cabiam nas folhas em branco. Tal probabilidade de que herdei pelo menos alguma coisa de uma árvore genealógica inteira, tal probabilidade faz dos testes de DNA uma tecnologia ultrapassada, tal que poderíamos ter sido uma família rica em relações econômicas, apenas em investimento do escrever. Poderia ter nascido no tal “berço de ouro” e ter alguma herança há ganhar, mas essa chance já perdi. Herdei o que não deveria ter herdado, nunca irei perder e nem se quer ou quis ter ganhado: não caber-me em mim e muito menos, na minha voz, o que me resta é essa mania de escrever em qualquer lugar, em qualquer folha de papel ou em qualquer lugar, diríamos que, escrítivel.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Estrago

O corpo flexionava-se como se tivesse sentindo um grande prazer... Engano seus, mal sabem que não há linha tênue alguma entre o êxtase e o desespero. Não chorava há muito tempo, mas sonhei com que esse dia chegasse: o dia em que o mundo desaba-se sobre mim e eu pudesse chorar em paz e com motivos um tanto pertinentes. A questão é só essa questão: estar só e só. Só consigo e não contigo, um tanto só sozinha. Nunca desejei mal a aqueles que não quiseram entender as leis do meu clube da solidão, aliás, quem sou para entender tal assunto? Eu que era moralista e você aspirava tua tranquilidade tóxica e cancerígena. Disse-me que a vida é triste, o humano é um erro... Eu amo o humano, eu amava o errado, eu tentei te amar. Eu bem que dizia que relacionamentos amorosos não dão em nada ao não ser que se resultam em uma grande decepção. Você aspirava fúrias e decepções, então por que não me aspirou? Você não sabe, mas eu fui tão frágil quanto a fumaça que saia da tua boca: toca-me e poderei impregnar cada átomo de meu corpo no teu, mas se essa não for a intenção, desapareço com um abanar de mãos, num estalo de dedos ou em um piscar de olhos. Tive ciúmes das milhões de substâncias, mas não importa quando isso vem de alguém “politicamente correto”, talvez até a minha forma de se expressar seja assim, “politicamente correta”: sem expectativas, ilusões ou palavras ocas sem fundamentos e nem sentimentos. Mas eu errei, fiz exatamente o que não faria, tornei-o um amor irracional, fugaz e jovem. Eu culpei a minha racionalidade uma vez, mas agora, nem me culpo mais. Eu gosto de decepções, pra variar um pouco, seria estranho demais se tudo desse certo de primeira... Tudo tem sua primeira vez, não?


Se fosse para estar diferente do que está, eu tragaria-te, mas o pior é se tudo tomasse forma de droga.

domingo, 10 de novembro de 2013

Tinha um domingo no meio do caminho

Era domingo, de repente era domingo. Não sei o que aconteceu comigo, mas simplesmente, já era domingo. A semana inteira esperei pela sexta-feira e o sábado, acordei e adivinha? Já era domingo. Esqueci tudo que iria fazer nesse fim de semana, esqueço dos outros dias da semana, e do nada, assim, de repente, não mais que de repente, já era domingo. Uma coisa eu digo, só posso confiar no domingo, pois ele me propõe um dia ocioso e é o que ele sempre fez: ele cumpre com tal promessa. Às vezes até me surpreende, mas muitas vezes acordo, me olho no espelho, com cara amassada e cabelo bagunçado, e penso: “já é domingo.” Como uma vez já me disseram que ocorre um “milagre” da noite pro dia enquanto dormimos, sim, é uma grande verdade, pois eu me esqueço da semana passada e desconheço a semana que vem, aí eu acordo e olho para o calendário: já era domingo.

Quase de Andrade,
Porém ela, Rafaela.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Muitos nós em laços e em cérebros

Faz algum bom tempo que reflito no rumo que a estrada toma, nas formas geométricas que as coisas levam e no traço o qual eu faço ou desfaço, como se fosse fácil, como se fosse desfazer um laço. Nada é tão fácil quanto se parece, nada é tão difícil, esse meio termo me detona. Desmorono-me em questões duvidosas. Mas eu queria o que? Que houvessem questões certas e cheias de certeza? E se tudo fosse tão óbvio quanto o que digo com arrogância? Complexidade de ser e estar. Complexa demais para entender-se. Usar o escudo blindado de orgulho já não faz meu tipo. Esse movimento retrógrado recessivo, só vejo em negativo. Ainda há esperança em desmanchar os nós horríveis neste laço, mas esperemos um pouco, quem sabe a garganta também não afrouxe e consiga pronunciar alguma resposta fenomenal, ou até qualquer coisa simples mas de importância única. Por enquanto, fica-se assim: por não saber porquê, não sabe-se explicar.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Com-paixão

Como uma reconstituição de um crime, a reconstituição de uma cena, a reconstituição de um acontecimento que anda por aí permeando tempo e espaço. É um crime para mim e talvez para o engraçado “nós” que não existe na concretização, no ato, mas a potência, um tanto desgraçada, sempre reconstituiu o “nós” em nossa mente. Dói saber que não há coragem e nem premonição do que é real e verdadeiro. Pesaroso é dizer que tantos lábios que já provei e até provaria, mas nada se compara aos teus braços acolhedores e que parecem ser até provedores de dó e de perdão. Desconhecemos a angústia, o rancor e as atrocidades do que há lá fora. Somos jovens tolos e imaturos, sem graça (desgraçados) apaixonados... e sabe se lá por quem, e sabe se lá por quê.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Míopes

Você não sabe o quanto como imaginei este diálogo mentalmente. Sim, diálogo. Invejo os humanistas, repreendo os egoístas, mas quem sou eu na hora de me compor? Sou composta ou em decomposição? Pareço-me chorume ou apenas uma letra humana a ser composta. Pode parecer-me lixo imundo ou fertilizante de mundo, dois lado dessa terra. Essa canção que vem sendo tocada que só aparenta ser ouvida e apreciada transforma um coração em pérola barroca que quando palpita, machuca a carne e como se fosse uma doença maligna, petrifica o estado da face, seja qual for, seja a que for, terá se transformado numa pedra mesmo... Eu deliraria se me fosse dito que meu tempo é um inimigo, ele não tem culpa da pedra que desconhece o relógio do humor e da sensibilidade. Não culpo mais as artérias animais e nem as ramificações vegetais. Ninguém tem culpa, nem mais desculpa. Mas as pedras... Mas os petrificados são seus olhos que veem a falta de humanidade e aos que tem e se petrificam com medo de ferir o pulsar sanguíneo... O oásis é logo ali, mas depende dos seus pontos de vistas: pedra, papel ou tesoura.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Na moral

Namoro o tempo e concluo que até os moralistas estão sem moral na moral do contexto todo. Os animais que são instintivos não conhecem o "bom senso", os sapiens sapiens sabem, mas realmente os fazem?

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Exatas ferem minhas prosas

Descanso meus pés diante da massa do meu corpo. Não sei o que é maior, a massa ou o peso desses pés. Deixaria meus sapatos de lado se eu compreende-se  tudo na mesma facilidade que tenho para questionar. Vontade de guardar tudo, vontade de esquecer o mundo, dentro dessa pasta de papéis preta incolor que parece envolta de fibra de cobra, para combinar com a escola. Aquela que me fere durante os exames para avaliar se valho por um ou por dez ou por dez mil. Fere meu orgulho e os meus planos de vida. Não valho nada diante de nada ou de tudo. Não valho padrões estabelecidos numa escola de quem só tem cola e dormem na aula de filosofia e de história. Durmo nas aulas de etiquetas e sermões. Novamente, diferente, mas que diferença faz não ser aceita ou aceitável? Droga de química, de física, de cálculos exatos e inexatos. Exatidão não é comigo, prefiro humanização. Chega de ser um número.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Meras dúvidas ou questões, ou vice-versa

Sinto a friagem da minha pele e daquela noite chegando assim como a fotografia mostra. Nunca vi algo tão confortável como essa natureza de tal fotografia emoldurada na parede, me sinto como uma leoa a qual depara-se com a floresta selvagem. Minha mente faz deste quadro atoa no meu quarto, algo grande e salvador. Paredes vazias como estantes cheias e bagunçadas são piores. Quadros na parede dão ar de preenchimento, mesmo com estantes bagunçadas a qual torna-se sinal de mente criativa, um tanto desorganizada, esperando a grande resolução de tudo assim como das fotografias. O único quadro que tenho me completa, pouco me importa a cor da parede que possui a mesma cor do fundo dele, talvez torna-se uma continuidade desse nascer do Sol ou o pôr deste. O quadro o qual diminui esse espaço do vazio entre a janela aberta e a porta fechada. Cortinas de ferro e cadeados destrancados. Tal fotografia me faz sentir perdoável quando me culpo. Sem ela, sem essa fotografia, eu nada seria.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Obs

Talvez estejamos dormindo e ninguém sabia. Numa cama, num sofá, numa estante, num meio de uma rua. Os curiosos não passam de observadores. Se todos estão de olhos arregalados ou fechados, já não sei. Fotografaria tudo se pudesse, estaria consciente se pudesse, abriria meus olhos se pudesse, mas como? Se sou eu quem deita-se na cama, na estante, no sofá ou na rua. Sai de casa ás pressas, o tempo corre e eu corro atrás dele. Esqueci de arrumar minha cama, meus sonhos estavam todos juntos do meu real. O soar da chave e a porta se tranca. O mundo é vasto, me perco. Olhares desviados e observo os grandes papos de dialéticos. Sinto arrepios. Poderia escrever um suspense sobre eles, se quisesse, talvez, quem sabe. Mas para que se tudo já me assusta o suficiente? Salve-me quem puder. Assim começasse os abrires e fechares de minha porta. Choro porque não suporto mais decisões e indecisões. Choro lágrimas que parecem cacos de vidro. Me sinto em cacos de vidro. Sussuros e confissões avulsas de um carma tentando ser transformado. Querendo ser transformado. Choro lágrimas de gratidão, não sorrio por fora ,mas sim, por dentro. Entre presentes e idades, só a ganho de experiências e inexperiências. Entre parabéns cantados e sussurrados, a gratidão em qual não sei expressar. Ás vezes que mal entenderam o que quis dizer, mas me entenderam mais do que a verdade. Entre presentes e perdões, não sei como agradecer, não tem como agradecer, apenas organizo minha cama junto de minha realidade. Logo tudo...parece um sonho. Abro os olhos e eles só me observam. Eu sei o quanto querem que eu não seja assim, tão emocionante.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Não sei escrever tragédia, só faço drama

Invento segredos para poder ouvir os seus. Sou uma mentirosa, mas de bom caráter. Você que não se abre, um mistério brilhante. Você que só se fecha, por favor, conte comigo tais histórias misteriosas. Sou uma criança afobada por tais contos que parecem incontáveis da sua parte. Aterroriza-me não saber, sinto-me apta para transforma-los quando conta-me durante o ocorrer de cada segundo. Não digo conto de fadas porque sei que alguns fatos reais são uma tragédia. Não sou quem assiste tragédias, mas sei que desde a criação do mundo isso tem sido inevitável, até que necessário. Ter histórias pra contar para mim é sinônimo de liberdade. As histórias de ninar e até aquelas que me acordaram e não me deixam mais dormir. Elas que me preocupam e envolvem-me. Quando estou sem histórias, logo penso em palavras e crio-as que tanto senti mesmo mentais. Tanto senti menos sem elas que desapareço. Nem tudo que ouço, eu escrevo. Poderia contar incontáveis histórias das poucas que consigo escrever, mas perdi a conta, mas não perdi a história. Ela se materializa em uma energia desconhecida a qual me perco tentando conhecer. Perdi-me tentando escrever uma tragédia cotidiana.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

As histórias que ela me conta e eu as escrevo

Insatisfeita com a vida. O que ela me dá de comer tem cheiro de mofo e sabor amargo. Amargura o qual tento engolir, mas não me enche a barriga. A vida não me dá de beber, estou seca. Não me conforta na cama que deveria estar, não me conforta no sofá da sala de estar, não me conforta quando estou estou em silêncio, não me conforta mais esperar de quem eu mais esperei. Sério mesmo que viver é levantar a bunda desse sofá desconfortável e sair a procura de algo? Eu não procuro algo que me deixe farta, farta já estou da vida. Algo que me esvazie, mas nem tanto...

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Domadora do jacaré Tic-Tac

Eternidade é essa avenida que quando passo faz o tempo parar. Tantas questões baratas como caras, não posso mais comprar. Prefiro percorrer a pé numa corrida louca o qual tento absorver as pedras no meu caminho. Elas são solúveis ou insolúveis? Poderia segurar em minhas mãos quando eu precisar atravessar? Poderia entender que tudo isso é tão temporário como a tarde ociosa, como a manhã ensolarada, como a noite escura. Odeio como falam que tudo é finito e definitivo. Falam isso porque nunca ficaram órfãos da ameaça real do tempo. Pedir um tempo para pensar ou mais tempo para o momento. A falta que tanto desfazia-se, agora se faz. Agora que eu tanto fiz para um tempo, desfaço-me perante ele. O tempo, esta renovação psicológica, preciso fazer o mais cedo possível. O tempo que parece ter voracidade sobre a vida. Ele que me escraviza, que me faz tão fugaz e até capaz de apresentar dúvidas sobre a Terra do Nunca.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Perante o céu e o inferno, teu grande coração

Eu preciso dormir, mas mesmo que parto, não chores. Ao invés de repartir o pão, deixei-o todo para você. Espero que encha tua barriga para toda eternidade, assim mesmo a qual parti. Espero mais, espero que conheça o sinônimo de liberdade e paz duradoura. Espero muito mais, espero que plantes invisíveis sementes e que tornam-se gigantescas a visão até dos que parecem não merecer enxergar. Minha filha aprenda a perdoar os aparentes, a perdoar-se, a perdoar todos eles que desconhecem o perdão, perdoa-me por partir tão cedo, mas na hora certa. Não posso me atrasar, tenho que descansar no paraíso e partir para uma nova jornada. Já arrumei minhas malas cheias de causas, não cabe mais nada ao não serem os efeitos. Lembre-se, se eles possuem medo de cuidar de ti é porque sabem o quanto sabes cuidar de si. Eles que tanto tem medo de ouvir o teu não por tanto me acompanhar. Perdoa-me se logo parto sem avisar. Dessa vez você não pode vir, tens que ensina-lhes tanto como o tanto que me ensinou: sorria mesmo que a casa cair, que o café estiver aguado, que não tiver motivos. Ensinou-me tanto garota, logo torna-se moça.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Nem falo direito

Pego esta folha, logo escrevo. O peso dos meus lábios me silenciavam. Tantos portantos e poréns que até me calo e abro mais meus olhos. O que não consigo falar cria forma e torna-se um pensar ambulante. Mas desconhecida, falaste tão bem do meu esforço que parece ser o certo e o bem feito de para a humanidade. Poderia-me deixar arrastar nos malditos prazeres em vão e condenar-me em uma prisão perpétua dentro de um lugar fechado qualquer, porém não permito-me. Deixo então a porta entre a aberta. Deixo o telefone tocar. Deixo as luzes da sala acesas e logo apago. A arma em minhas mãos, deveria acionar o gatilho? A única vítima tão inocente é a própria culpada do crime. Essas palavras perpetuam na mente. Tenho medo de perde-las enquanto não dou-lhes forma. Pego então um papel e anoto. As palavras não ditas, gritadas na alma, saem como resmungos da boca para fora. Tudo isso que nunca consegui dizer, eu grito para mim mesma o porquê da dificuldade de traduzi-las em sons, em palavras. Porque na verdade sacrifico palavras, porque tem horas que o silêncio delas dizem mais do que eu preciso falar. Mas aí me pergunto, quanto tempo durou essa semana de tantos dias e anos? O mesmo tempo que esperei as palavras formarem-se, o mesmo tempo que entendi que tem coisas que as palavras apenas não dizem e tomam forma de silêncio.

Nem falo direito.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Se eles brincam com sua realidade,imagine como divertem-se com a utopia

O tempo, esse movimento, fazem das minhas verdades belas fantasias. Acontecimentos em tal rotina, onde agora chamo-lhes de contos fantásticos. Fantasiosos. Porque tudo isso é a mentira mais perfeita que já conheci. Disseram-me que creio na utopia, mas já viu o reflexo do que você crê? Acredita-se na sua realidade. Assim como eu na minha, pois minha realidade eu mesma crio. A verdade é composta de sonhos e pesadelos que seguem para serem visíveis e tornam-se num piscar de olhos. Meu amigo, não sabia que os verdadeiros homens mentem? Já eu não consigo ser um verdadeiro homem, sou apenas um homem o qual não mente. E ainda disseram-me que sou utopia. Por que adoram brincar com seus sentimentos? Nunca soube que fazer pessoas chorarem é tão divertido quanto as fazerem rir? Pensam o contrário, pensam até o ponto em que o tédio existencial predomina. Pessoas mentem para fazerem da vida uma montanha-russa tão depressiva quanto eufórica. Como podemos julgar o melhor dos melhores verdadeiros homens da Terra? Eu te avisei, eles e você mentiram para mim. Eu não sou homem o suficiente para mentir. Desculpe-me se estou fora do padrão do mundo perfeito idealizado e tão realista o qual apenas finge. Meu utópico mundo é uma realidade apenas diferente e mutável, aceitável já sei que não é. Amigo, não brinque com seres humanos e com suas realidades tão utopiciais. Elas fazem de ti, fogo de palha em brasa. Para de entrar em combustão e acorde para realidade tão real.

domingo, 5 de maio de 2013

Como guardar o mundo dentro de si?

Ao olhar para chuva sente-se frio. Sente-se para ver tal fenômeno de sentir o mundo. Parado e absorto ao mundo lá fora que enxerga pela janela do quarto. Os pássaros voam, a teia de aranha na janela, o banco debaixo da árvore. Veja, que enorme mundo o qual possui um pequeno pedaço parecido, mas esse você não vê e não toca, só sente. Assim como em cada respiração sua, em cada balanço das folhas, cada vez que o Sol ou a chuva fazem de sua janela um quadro e de você, um admirador dessa arte. Sente-se infinito por motivos de não poder tocar o que procura. Procura-se a integridade. Procura-se pelo ser e tornar-se. Procura-se pelo paraíso onde tudo é perfeito. O encontra lá fora, um você de outro mundo. Esse lugar pode estar mais perto de sua casa do que imagina. Pode estar na rua da sua casa, na sua casa, na sua sala, no seu quarto ou até nas fotografias da estante. Em seu corpo, em seus olhos, em seus lábios, o mundo poderia estar em suas mãos, ou até em você mesmo.

domingo, 28 de abril de 2013

Fugativa

Meias longas e brancas. A blusa de frio o qual passava-se o ar através de um furo. Rosto tão juvenil quanto sonhador. A tarde ensolarada e a teoria do caos. Eu fugitiva da rotina, na mesma hora dos dias anteriores que uso atualmente para admirar a mente humana e odiá-la por alguns pequenos segundos. Não consigo. Será isso certo: odiar e admirar algo? É o que sinto sobre mim muitas vezes. Falo sobre mim muitas vezes para tentar entender-me que rumo estou tomando. Fugindo no rumo ou sem rumo? Não sei, não prevejo o futuro e isso eu temo. Será que terei de usar tal palavra: fuga, toda vez? Ou será que apenas afasto-me do caminho o qual não desejo? Este o qual amo trilhar mas parece estar em obras. O trem decide ir por outro rumo, mas mesmo assim eu sigo o meu. Se alguém perguntar, fale que eu fugi em busca de mim.

domingo, 21 de abril de 2013

É um querer ter amnésia e nunca ter tido

As tardes que morro e essa é uma delas. A tarde a qual não se é tão tarde assim, uma hora depois do almoço. Hoje não volto para casa tão cedo, volto mais tarde, fico no centro da cidade aprimorando a minha língua estrangeira, até porque minha própria língua às vezes me cansa. Saber transformar sentimentos tristes em palavras belas faz da minha língua especial e chega até ser algo privado. Tais horas vagas me pedem vagar no meu próprio vago. Peço muitas vezes para não saber os nomes dos meus sentimentos, peço para eles não se apresentarem, pois eles não precisam disso, sabem que eu já os conheço... Mas quando apresentam-se novamente, os confundo com a moça Nostalgia. Aquela de olhos castanhos avermelhados reluzentes quando veem o brilho do Sol e a noite para as constelações. A qual possui cabelos pretos ondulados assim como ondas de um mar. Ela parece ser jovem, parece que nasceu ontem, assim como o meu calendário que só possui hojes quanto ontens.

domingo, 14 de abril de 2013

Bons atos

Nesta mesa temos muitas cartas a colocar-se, por exemplo, meu passado diário. Enquanto esteve fora, estive por aqui mesmo. Minhas notícias são as mesmas de sempre, a mesma história que já ouviu e que contou, a mesma que agora sou eu quem conto. Passada de geração a geração, agora sou a protagonista desse jovem drama e você, nos bastidores me assistindo, acariciando as próprias mãos como se fossem as minhas e sempre sussurando: "calma, é só uma questão de tempo". Sinto-me segura, respiro fundo e sou eu quem atuo. Porque um dia estarei presente na coxia assistindo a próxima geração e lembrarei de tais atos feitos pelos outros, por você e por mim ou o que nós deixamos de fazer. Eu sei, você espera que eu não esqueça de nenhuma fala, mas saiba que até esses erros cometidos estava no script, o qual ainda escrevo.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Brilho opaco

Através do vidro te observando. Não sei quanto tempo se passou. Isso parece para sempre, em casa sentada sozinha. Em meio a multidão, eu te observando através do vidro. Em meio aquela cidade em caos. Ainda está cedo para as estrelas mentirem para mim. A superficialidade dos olhos das pessoas da cidade, agora vejo nos teus. Superficialidade. É o que as estrelas mostram quando aparecem no céu... Para sempre é o esperar sentado em frente de casa, só, esperando o verdadeiro tornar-se real. Realmente, o supérfluo é acolhedor quando nós sabemos que a verdade nos machuca. Mas e se a verdade fosse desejável e pura, fugiria dela mesmo assim? Vejo que sim, vejo tua partida e num tempo chamado para sempre, aguardo. Aguardo a verdade da pureza predominar e a mentira impura esvair. Pois é, eu posso ser quando quiser assim como o senso comum, padronizada, por dentro do certo fútil. Mas prefiro ser assim como sou, viva. Olha essas pessoas fúteis, o que elas estão fazendo? Elas não percebem que estão mortas comandadas por tal sistema? Eu te respondo tal questão: estão apenas fugindo da realidade, enxergando um céu estrelado, mas mal elas sabem que as estrelas também mentem.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Quero estar em cosmos, não em caos

Essa sede da razão anda me atormentando. Sinto sede de razão. Ando mendigando paixão por ai, tentando contentar-me com as paixões temporárias. Eu não estou apaixonada, os meus olhares apenas estão pousados no vago. Bonito vago de observar-se a qualquer instante, talvez, em todos os instantes possíveis que eu poder. Eu não estou apaixonada, é essa minha cara de embriagada na frente do espelho do banheiro tentando filosofar sobre meus sentidos enganados e o verdadeiro mundo de minhas ideias. Não, não estou apaixonada, somente procuro por meus valores e minha virtude. Não estou falando de paixão, estou falando sobre a falta de razão que às vezes tenho. Algo que me consome assim deixando-me vazia mas que pesa-me a consciência. Esse peso na consciência que só pesa na cópia perfeita do meu ser, porque minha cópia imperfeita é meu instinto o qual não pesa, não pensa, só segue o que é mais evidente. Sou instinto da cabeça aos pés, minh'alma a razão que desconheço.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Desafogando

As coisas que tenho para dizer são da mesma proporção que as gotas da chuva enquanto caiem. Ao escuro embutido no momento. Ao sentimento. Pequenas deslembranças e grandes desapegos. Nessa escuridão, a solidão. Minha companhia. Ao olhar vago e profundo como um oceano percebe-se que se afoga. Afoga em olhares discretos e sensíveis. Afoga no mar que não se vê e sim, se sente. Afoga no atemporal. Afoga em si. Afogo no mar dentro de mim.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Meu prazer

Se olhar-me ao espelho já é difícil, imagine olhar-me nas palavras de uma história. Ver-me aparentemente não é nada, é apenas o superficial,mas ver minhas palavras é tornar-se íntimo de quem sou. Sou como um texto, no ínicio do páragrafo você apenas está conhecendo-me. No meio, criando algum julgamento qualquer, pensando que loucuras tenho em minha cabeça, se devo ter batido com ela. E a resposta é sim, eu bati com a cabeça. Uma história bem interessante a se contar. Não foi só um acidente, foi talvez a melhor coisa que tenha me acontecido. Ainda dói, mas uma boa dor (muito difícil de sentir tal coisa). Eu queria desligar-me um pouco dessa mente inquieta e consegui. Quando despertei novamente nesse mundo, vejo meu pai perguntando-me qual livro eu gostaria de ler. Foi engraçado. As palavras me acordaram. Fizeram-me sentir que ainda vale a pena ter esse cérebro maldito e inquieto, o qual tem belas (des)ilusões e acabo sempre escrevendo uma história no caderno escondido em meu guarda-roupa. Enfim, estou aqui nova e novamente. Sou apegada as palavras e só descobri agora. A você que leu até o final: Prazer, Rafaela.