Páginas

domingo, 2 de agosto de 2015

Singular, plural

Tudo possuía som e todos os sons tornaram-se barulhentos. As melodias caóticas, as notícias dos telejornais caóticas, o trânsito caótico, pessoas caóticas, mente caótica. Num capricho da imaginação, uma tentativa de paralisia, num devaneio, pensava numa dança. Assistindo sua dança envolvente e o caos percorrendo-lhe o corpo... Mente caótica, olhar sereno. Sua dança dos extremos era envolvente, envolvente demais, ao ponto de se acreditar além do que está nas imagens construídas na televisão. Riscados. Rabiscados. Abstratos. O desfoque em si era a nitidez. Beija-lhe a face obscura e aceita esta balada confusa com carinho. Confusos e marginalizados do padrão, como o feio poderia ser tão belo?