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domingo, 19 de outubro de 2014

Canário sem cor

Preso passarinho, é o que você está, numa gaiola envolta de carne e sangue fervente, conhecida também como corpo humano. Como foi parar aí, seu louco? Foi sequestrado ou livre-arbítrio? Louco pássaro, parece que cortaram suas asas, parece que você nem sequer piou quando o fizeram. Gritasse, falasse, gemesse...mas não disse. Canta, canta a liberdade que procura e espanta, espanta a melancolia... Por que não canta mais? Prefere viver em cativeiro? Pássaro, você é louco, mas astuto, sabe que a carne não aguenta tanto. A carne é podre, o coração já não sei dizer. Bica ele, quem sabe ele te solte do frouxo jeito que é.