Páginas

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Obs

Talvez estejamos dormindo e ninguém sabia. Numa cama, num sofá, numa estante, num meio de uma rua. Os curiosos não passam de observadores. Se todos estão de olhos arregalados ou fechados, já não sei. Fotografaria tudo se pudesse, estaria consciente se pudesse, abriria meus olhos se pudesse, mas como? Se sou eu quem deita-se na cama, na estante, no sofá ou na rua. Sai de casa ás pressas, o tempo corre e eu corro atrás dele. Esqueci de arrumar minha cama, meus sonhos estavam todos juntos do meu real. O soar da chave e a porta se tranca. O mundo é vasto, me perco. Olhares desviados e observo os grandes papos de dialéticos. Sinto arrepios. Poderia escrever um suspense sobre eles, se quisesse, talvez, quem sabe. Mas para que se tudo já me assusta o suficiente? Salve-me quem puder. Assim começasse os abrires e fechares de minha porta. Choro porque não suporto mais decisões e indecisões. Choro lágrimas que parecem cacos de vidro. Me sinto em cacos de vidro. Sussuros e confissões avulsas de um carma tentando ser transformado. Querendo ser transformado. Choro lágrimas de gratidão, não sorrio por fora ,mas sim, por dentro. Entre presentes e idades, só a ganho de experiências e inexperiências. Entre parabéns cantados e sussurrados, a gratidão em qual não sei expressar. Ás vezes que mal entenderam o que quis dizer, mas me entenderam mais do que a verdade. Entre presentes e perdões, não sei como agradecer, não tem como agradecer, apenas organizo minha cama junto de minha realidade. Logo tudo...parece um sonho. Abro os olhos e eles só me observam. Eu sei o quanto querem que eu não seja assim, tão emocionante.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Não sei escrever tragédia, só faço drama

Invento segredos para poder ouvir os seus. Sou uma mentirosa, mas de bom caráter. Você que não se abre, um mistério brilhante. Você que só se fecha, por favor, conte comigo tais histórias misteriosas. Sou uma criança afobada por tais contos que parecem incontáveis da sua parte. Aterroriza-me não saber, sinto-me apta para transforma-los quando conta-me durante o ocorrer de cada segundo. Não digo conto de fadas porque sei que alguns fatos reais são uma tragédia. Não sou quem assiste tragédias, mas sei que desde a criação do mundo isso tem sido inevitável, até que necessário. Ter histórias pra contar para mim é sinônimo de liberdade. As histórias de ninar e até aquelas que me acordaram e não me deixam mais dormir. Elas que me preocupam e envolvem-me. Quando estou sem histórias, logo penso em palavras e crio-as que tanto senti mesmo mentais. Tanto senti menos sem elas que desapareço. Nem tudo que ouço, eu escrevo. Poderia contar incontáveis histórias das poucas que consigo escrever, mas perdi a conta, mas não perdi a história. Ela se materializa em uma energia desconhecida a qual me perco tentando conhecer. Perdi-me tentando escrever uma tragédia cotidiana.